Thursday, October 20, 2005

Killing serial feelings.

Se eu tivesse uma arma, acordaria todo dia às seis horas da manhã ou da noite - embora simpatize mais com o dia por que deixa as cortinas abertas para as consequências - e sairia por aí arrancando cruelmente a ignorância de todas as pessoas que, logo de cara, não me soassem bem aos ouvidos ou não me agradassem aos olhos. Faria como fizeram comigo, e depois arrastaria por todos os cantos como se sangrasse em todas as pessoas ao redor, fazendo-as terem medo do que, um dia, possa acontecer. Talvez dessa maneira, minha tristeza e chatiação diminuisse um tanto. Não seria obrigada a conviver com os pobres de espírito, de humor e de maturidade. Todos eles, mais dia, menos dia, teriam a minha infelicidade de não ser ignorante. Não pouparia nem as pessoas das quais gosto e convivo, elas também merecem entender o mal estar que causam aos outros e a si mesmo ao censurarem todas as ações que insistem em não entender. E eu mereço estar em sintonia com o universo ao meu redor. Não leriam mais um poema rindo de cada frase bem escrita por pessoas que sentem (diferente delas que são cegas até do ouvido) e as piadas de mal gosto seriam tão ridicularizadas que teriam vergonha de compartilhá-las, afinal, o bom senso e a ignorância são opostas, uma pessoa ignorante não tem bom senso (e nem é por opção) . Tenho dó dos ignorantes que o são por livre e espontânea vontade, porque esses, mesmo que quisessem, não mudariam o seu pensamento; dos demais tenho vergonha, mas uma vergonha completamente fácil de ser transformada em admiração, caso não o sejam mais; e inveja, uma vez que os ignorantes sempre sofrem menos. Depois disso mataria os lindos, de coração e de beleza...

Sunday, September 18, 2005

Again and again.

E só de pensar em acodar e encarar essas pessoas que não sabem de mim, não sentem nenhuma poesia em suas vidas e levam tudo como uma simples paródia por mais profunda que as coisas sejam, já sinto a minha boca secar e nos olhos um amargo de quem os fixa no fundo de um lago tão claro que se sente pequeno diante de tanta beleza. A beleza não é pra mim, e pior, nunca foi. Exceto quando tinha cinco anos e todos achavam lindas as minhas bochechas gordas e tinham uma falsa impressão do que eu viraria.
Olho para ele e falo mil vezes para mim mesma que nada no mundo me entenderia tão bem quanto seus braços. Mas só eu enxergo isso, nem mesmo ele. E não é porque vejo demais ou de menos, é que para mim basta o que eu sei (e não sei nada). Então passo horas tentando provar o quanto combinaríamos, através de sorrisos e falsas indagações; e tentando me convencer do contrário.
Quando percebo estou no meu sofá sozinha de novo, sabendo que da próxima vez pensarei mais de mil vezes antes de levar, já que, querendo ou não, cada vez que o faço não encaro só o mundo, mas me lembro incansavelmente o porquê estava sentada.

Thursday, September 15, 2005

Lúdico fracasso.

Minha vontade era quebrar. Quebrar tudo que visse pela frente como quem mata um culpado. Levo nas mãos os gritos que me engasgam, minha garganta já não pode mais sussurá-los. Porque são tantos e vestem esses cobertores de flores em volta dos finos traços que os confunde? Vivo para trás. Derrubo no tapete vidros claros de vidas que não sejam a minha. Furo o mural como se furasse um coração pela primeira vez. Estão sabendo de você o que eu não soube. Estão ganhando de você o que eu não tive. Amei e afundei na mesma proporção que agora sofro. Gostei de me sentir assim e por muito tempo me fiz sofrer, e agora que as manchas já não saêm não quero mais. Foi como se as marcas de queimadura pasassem a minha pele e parassem no coração. Agora não sei mais do que falo, com quem falo. Tenho medo de, a qualquer hora, começar a cuspir sangue por todos os buracos da minha vida, enxê-los e quando já não puder mais, me cuspir inteira para que todos vejam quem eu verdadeiramente sou. Me suicido aos poucos. Já já são os pulsos e o aí já não terei mais força para lutar por tudo de errado e proibido que insisto em gostar. O vão do nada e do tudo para mim são iguais, salvo que no nada eu me acho mais. Eu ando só e não me permito sonhar, embora temo descobrir que quando se tem mais sonhos é possível trocá-los, na promoção, por um pouco de realidade. E é só isso que eu busco.

"Meu Deus, por que me abandonaste se
sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco. "
(Carlos Drummond de Andrade - Poema de Sete Faces)

Monday, August 15, 2005

Não ser nada triste deve ser tão triste quanto ser triste o tempo inteiro.

Saturday, August 06, 2005

Males que trazem (sem querer) o bem.

Eu não sei se foi ele ou se todos têm que passar por isso na vida por alguém. A verdade é que o sopro que faltava pra eu tentar fazer a minha vida mudar veio dessas coisas que eu andei esperando por muito tempo e que não aconteceram. Talvez não seja tão vantajoso se tornar forte diante das situações, mas agora toda mudança é bem vinda. Eu, que por tantas vezes critiquei as pessoas que não mudam, não poderia fazer com que minha vida continuasse pelo simples medo de perder minha identidade. O meu sentimento não mudou, apesar de sentir que cada vez mais ele diminui, no entanto eu não aguento mais essa jaula em que, por muito tempo, me fexei. Não sei até onde vou levar isso, mas agora sinto o quão bem está me fazendo. E ele nem mesmo sabe disso.....

Sunday, July 17, 2005

Auto...

Comecei muito cedo sendo o que nunca fui, e ainda acho que antes era mais eu do que nunca.
Porém aprendo hoje a me re-conhecer.
Não esperem de mim o mal trato, não sou capaz.
Então, não esperem a siceridade.
Só serei sincera com quem eu nunca mal trataria.
Anseio que muitos momentos intensos aconteçam.
Tenho muitos desejos, quero tudo.
Acredito que nada vai passar, e passado sofro.
Daí já é com outra coisa que me preocupo.
Me maravilho observando as pessoas, como se fosse um circo.
Ainda prefiro observar a ser observada, mas pretendo mudar.
Hoje sou aberta a tudo, no entanto mais crítica.
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim mesmo.

Wednesday, May 18, 2005

Lar, amar-go lar.

Não foi só porque fexei a porta...eu me fexei, e procuro continuar. Me sinto tão injusta sendo boa com as pessoas que me fazem mal. A minha fobia não é só social, é pessoal.
Por uns instantes não consigo saber onde estou, e a minha vida é mais surreal que qualquer droga. E mais clichê que essa frase. Foram arrancados e expostos pra ele os meus sentimentos, e isso tem se repetido. Sabem o que é isso? É mais humilhante que se fosse exposto em praça pública. E não me rendeu nada. Eu sou muito orgulhosa pra isso. Não consigo achar normal me expor nem para as pessoas que gosto.
Eu não fexei só a porta...eu fexei meu coração, e pretendo continuar.
Agora que já disse, que já fiz e que não sou, eu me arrependo. E de que me adianta? Só serve pra comprovar o quanto não consigo levar em frente as coisas que quero e nem mesmo acredito? Eu não acredito nem no que deveria. E é isso o que me falta. Algo para acreditar. Eu preciso acreditar em alguma coisa.
Eu não fexei só a porta...eu arranquei a chave e me difamei para que ninguém viesse me visitar. E agora eu sinto falta de me sentir farta de todos vocês.

Monday, May 09, 2005

Me sinto tão mal sendo feliz.

Não levanto mais. E nunca mais. O meu caminho desvia e não consigo mais contar um só passo á minha frente. O discurso que envoquei era falso, foi falso e sempre será. A minha ironia é cortante, e com segundas intensões, nada que falo é ingênuo, uma espécia de antipatia azedada. Todo dia ao acordar respiro mais fundo do que o dia anterior, e dói. A minha perna dói por ter andado por tantos lugares e não encontrado nada. A minha mente dói por ter pensado em tanta coisa que não aconteceu. Até os meus dedos dõem, eles apontaram pra muitas pessoas que não sabem de mim. Só não dói a minha cosciência, porque eu só peco contra mim mesmo.
Antes tinha medo da morte. Hoje penso que se morrer ja vivi bastante, não bem e nem intensamente; bastante. E isso já me basta.

Toda hora preciso de uma hora para mim. Toda hora é pouca pra todas vezes que me perco.

Existem algumas coisas que a gente sustenta e nem sabe se quer mesmo que seja assim.