Thursday, June 25, 2009

é que de fato você não sabe, mas aquelas suas frases certas que sairam na hora errada te lembram também tudo aquilo que eu e você queríamos esquecer. o mesmo medo que nasce dos meus olhos, quando por um instante eles veêm a cidade e a história, surge dos seus dedos, dos seus cabelos. a mesma verdade que assoprou no meu ouvido, arrepiou sua nuca.

o seu sorriso de desejo, que comeu o meu amor, e comeu as minhas palavras pela metade. não sei se reli direito as nossas linhas e entrelinhas, tudo que foi dito, mas são elas que não acabam com um ponto. elas têm intenções, por menos caminhos que existam na sua rota. no seu mapa. o que eu achei e desachei, foi nada mais do que certezas minhas. e eu, que já estou cheia de suposições, suponho que isso acabe. porque de achismos e rispidez, convenhamos, estamos quites.
aqui, no meio de tantos erros, somos iguais. e não é por falta de saudade mas o chão frio que eu deitei (e que já aqueceu), não verá mais minhas orelhas tão perto. o que ele terá agora, se quiser, é meu tênis, velho e de pé. o depois foi pior que ressaca, cachaça pura, tequila sem sal. a avenida que passa do lado da minha cabeça. o avesso dos fatos. let it bleed.

as minhas sentimentalidades, que me pegam no trânsito, no ônibus, apertam o botão do elevador por conta própria e chegaram a andar um andar sozinhas, tirando peça por peça de roupa. do jeito que agora eu sou. daqui pra frente.
de esgotar o peito e as possibilidades, de acordar de manhã com o café da manhã e um sorriso novo de um estranho qualquer. eu tenho um apartamento inteiro. não aprendi a desenhar e inventar palavras à toa. eu fumo quando quero trago. sou e sempre fui tão livre de mim, que posso, a qualquer hora, limpar. quero correr o risco. e já é de manhã.

Monday, June 15, 2009

para as noites.

quem sabe do amor vazio, esse vadio, acorda mais cedo e rega o sorriso que não existe, os beijos que acabam, e a pausa que vez ou outra é igual. todos na mesma hora, trazendo contigo o gosto e o rosto daquela que um dia foi só tua e hoje acorda em outro tempo. é meu amigo, você já perdeu muitas assim e vai continuar se insistir em não enfrentar o que é teu de noite, sem ninguém para mascarar o que a vida tem de amargo, que no fundo é a coisa mais doce que ela pode te oferecer. bem você, aquele que entoava discursos sobre verdades que hoje são mais mentiras do que nunca. se ela te pôs de roupa nova, te vestiu com as máscaras e carapuças que nunca te couberam ao meu lado, esse seu eu tão distante do que eu conheci. aposta no teu auge, e depois na tua decadência sem vitória. eu, que aprendi a ficar comigo e estar só, sei do furo na alma que isso pode deixar, mas te garanto que sozinha pulei mais longe do que você já foi em toda a sua vida de sempre-acompanhado. você se trocou de papel, e te digo de antemão - porque passei o que, pra você, ainda há de chegar: no dia em que a vida evolui uma etapa e você não ve ninguém ao lado a não ser seus próprios fantasmas, o grito ecoa bem mais longe, e sem resposta. e não é porque sei menos ou mais que ninguém, mas digo porque aprendi em meses o que nunca passei em anos. na hora do café quando eu te encontrar pra te contar, no dia que você precisar, naquela mesma hora que você me deixou, eu vou te arrancar lágrimas e sorrisos que aposto que você deixou de dar. isso eu te fazia como ninguém, e você não pode e nem vai negar.