Sunday, September 18, 2005

Again and again.

E só de pensar em acodar e encarar essas pessoas que não sabem de mim, não sentem nenhuma poesia em suas vidas e levam tudo como uma simples paródia por mais profunda que as coisas sejam, já sinto a minha boca secar e nos olhos um amargo de quem os fixa no fundo de um lago tão claro que se sente pequeno diante de tanta beleza. A beleza não é pra mim, e pior, nunca foi. Exceto quando tinha cinco anos e todos achavam lindas as minhas bochechas gordas e tinham uma falsa impressão do que eu viraria.
Olho para ele e falo mil vezes para mim mesma que nada no mundo me entenderia tão bem quanto seus braços. Mas só eu enxergo isso, nem mesmo ele. E não é porque vejo demais ou de menos, é que para mim basta o que eu sei (e não sei nada). Então passo horas tentando provar o quanto combinaríamos, através de sorrisos e falsas indagações; e tentando me convencer do contrário.
Quando percebo estou no meu sofá sozinha de novo, sabendo que da próxima vez pensarei mais de mil vezes antes de levar, já que, querendo ou não, cada vez que o faço não encaro só o mundo, mas me lembro incansavelmente o porquê estava sentada.