Thursday, August 11, 2011

a gente sabe que quer muito bem todo mundo, mas como é ruim voltar! as coisas sempre iguais, a queda. a porta do aeroporto que coincide com outras portas. que ordinário é o tempo.
a gente fica feliz, claro. é bom rever quem ficou. mas quando o mundo é maior, que a gente descobre que existe amor em espanhol, coisa que falta em são paulo, dá um aperto. você sabe que eu sou meio radical em relação a isso (não só a isso mas enfim), e sempre quis me provar que lá também, uma hora, viraria mesmice. mas agora é idade de abraçar o mundo, e dá um desespero quando você vê que, mesmo sem querer, seus braços encurtaram. é, tem gente que nem vai, que nem conhece, que nem pode. no fim fica tudo igual: você volta, se adapta, para de chorar, vai trabalhar pensando todos os dias que não quer isso da vida. e quando vê, já tá se envolvendo por aí de novo, pensando que tá tudo bem. eu te entendo, sabia? eu entendo a distância, o asco, o quanto algumas pessoas eram significativas e deixam de ser. eu to passando também. eu sei que tem sensação que não explica, amor que não se conta, amizade que supreende e outras que ficam pra trás. eu entendo que perder a mala é pequeno perto de perder a cabeça. fazer escala é diferente de distância. que a aflição de voltar, faz com que qualquer cabine esteja despressurizada, é pura turbulência. a galera aqui fica sem sal, igual comida de avião. põe o fone, ve um filme, mas não desiste não. tem muita gente com valor. olha, se eu pudesse mesmo eu daria um fast foward até isso acabar. mas não rompe assim não, me dói saber que tá tudo diferente. eu tenho algumas palavras no bolso, quando acontecer da gente sentar eu posso te falar. 'quem tem saudade não está sozinho tem o carinho da recordação', lembra dessa? é isso, imensidão de sentimento não esgota igual paciência. que pena que tá difícil te dizer isso agora.

1 comment:

Atitude do pensar said...

Tenho andado com a sensação d eperda, vazio, mas são apenas as malas que nãoe stão mais presentes.
Por segundo resolvi descer na próxima estação, era o receio do novo.
De repende, percebi que poderia apenas trocar de vagão, mas ainda ando dentro de um abismo....sei que de lá podem surgir coisas, mesmo que este pareça vazio, habita coisas insondáveis.