Thursday, June 25, 2009

é que de fato você não sabe, mas aquelas suas frases certas que sairam na hora errada te lembram também tudo aquilo que eu e você queríamos esquecer. o mesmo medo que nasce dos meus olhos, quando por um instante eles veêm a cidade e a história, surge dos seus dedos, dos seus cabelos. a mesma verdade que assoprou no meu ouvido, arrepiou sua nuca.

o seu sorriso de desejo, que comeu o meu amor, e comeu as minhas palavras pela metade. não sei se reli direito as nossas linhas e entrelinhas, tudo que foi dito, mas são elas que não acabam com um ponto. elas têm intenções, por menos caminhos que existam na sua rota. no seu mapa. o que eu achei e desachei, foi nada mais do que certezas minhas. e eu, que já estou cheia de suposições, suponho que isso acabe. porque de achismos e rispidez, convenhamos, estamos quites.
aqui, no meio de tantos erros, somos iguais. e não é por falta de saudade mas o chão frio que eu deitei (e que já aqueceu), não verá mais minhas orelhas tão perto. o que ele terá agora, se quiser, é meu tênis, velho e de pé. o depois foi pior que ressaca, cachaça pura, tequila sem sal. a avenida que passa do lado da minha cabeça. o avesso dos fatos. let it bleed.

as minhas sentimentalidades, que me pegam no trânsito, no ônibus, apertam o botão do elevador por conta própria e chegaram a andar um andar sozinhas, tirando peça por peça de roupa. do jeito que agora eu sou. daqui pra frente.
de esgotar o peito e as possibilidades, de acordar de manhã com o café da manhã e um sorriso novo de um estranho qualquer. eu tenho um apartamento inteiro. não aprendi a desenhar e inventar palavras à toa. eu fumo quando quero trago. sou e sempre fui tão livre de mim, que posso, a qualquer hora, limpar. quero correr o risco. e já é de manhã.

8 comments:

Henrique Hemidio said...

"vc me conheceu numa fase mto estranha da minha vida"

Tyler Durden

l.c grazinoli said...

Já é de manhã?
Abre a janela, deixa o sol entrar, clareia os pensamentos e seja feliz.

Henrique Hemidio said...

Pois é... e eu sempre tenho a "sorte" de conhecer mulheres q estão saindo de um relacionamento e querem ficar sozinhas... a vida tem dessas coisas

Jaya Magalhães said...

Let it bleed.

Sabe, Geo, bastou te ler aqui, pra notar o porque de você ter se encontrado no "verbalizando". Eu li tua história, e quis segurar na tua mão, pra quem sabe, assim, te mostrar um pouco da minha história que já chegou a se misturar nessa. Já chegou, mas já passou, também. Às vezes a gente quer tanto uma "coisa", e no fim o querer acaba perdendo a graça.

Chega uma hora onde reticências viram ponto final. Onde as entrelinhas se perdem. E quando tudo sangra, a gente vira outra. Outra melhor. Porque do lado, moça, sempre há de aparecer um sorriso novo, pra ser nosso. Ainda que inicialmente estranho. O bom é sempre o depois.

Ah, tanto pra falar! A gente podia bem sentar numa mesa qualquer e prolongar essa conversa. Rs.

Todos os beijos, a você.

P.S.: Obrigada pelo comentário lindo, viu? Já abri uma janela pra você lá, de imediato. Gostei muito de espiar aqui. É um pouco espelho de mim, tuas letras.

meus instantes e momentos said...

ótimo texto.Gostei do teu blog.
Maurizio

Anonymous said...

o desapego é a liberdade;}


mil bjuxx!!!

Jaya Magalhães said...

Geo,

Não sou de Sampa, mas sou. Eu sou de qualquer lugar onde de alguma maneira minha alma se propõe a ser, quando encontra comunhão. Então, sou de Sampa, também. Materialmente, tô na Bahia. E isso não impede de maneira nenhuma nosso entreleçar de palavras, a respeito de histórias comuns. Estamos tão mais perto que tanta coisa, não acha?

Moça, deixa o coração guiar. Se entrega. Se deixa doer. Mas quando não der mais pra alternar os passos trôpegos, vai ser bailarina em outros palcos. Chama alguém pra dançar. E sê feliz!

Promete?

Outro beijo. E mais outro.

André Outro said...

tudo muito
cinematográfico.
a
cena de botanica
fluxo anjo.